sexta-feira, abril 19, 2024
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Lulu, Tubby e práticas que sempre existiram

Resisti bravamente por duas semanas para escrever o tal Lulu, o aplicativo criado por uma tia jamaicana (não tão tia assim) após um dia dos namorados – segundo ela “porque as mulheres quando estão sozinhas se abrem mais e fazem mais amizade”.

Segundo essa declaração, poderíamos pensar que essa seria uma rede social só de mulheres para discutir os mais diversos assuntos, esmaltes, serviços, comidas, etc. Considerando esse enfoque e só esse enfoque a ideia é interessante, por mais redundante que seja – já que já existem maçantes apps e sites para fins de avaliação. Eis que numa genial (ou nem tão genial assim) campanha de marketing de lançamento o aplicativo é usado apenas e tão somente para avaliar homens.

lulu

Seria genial se não fosse de forma anônima e sem consentimento do avaliados.

Seria genial se fossem usados adjetivos reais e metáforas através de hashtags com o objetivo de denegrir a imagem dos homens .

Alguns levaram na brincadeira, outros ficaram preocupados, dizem alguns processaram pelo motivo errado, alguns processaram pelo motivo certo e outros dizem que inventaram um app vingança – o tal de Tubby.

Antes que me julguem pela opinião que vem a seguir, me chamando de machista ou de misógino, sempre defendi – desde de criança – que uma reação pode e será proporcional à força do ataque inicial. Isso vale para irmãos, isso vale para chefe no trabalho, isso vale numa disputa intelectual com alguém.  Funciona assim com todos os animais, não seria diferente com o ser humano e não aceito as desculpas de que somos seres racionais e não podemos agir como seres irracionais – isso é não natural – é condicionamento com base em morais e bons costumes.

 

Antes dos apps, como funcionava a vida?

 

Os homens (eu prefiro chamar de meninos), nas mesas de bares,  comentavam das suas peripécias sexuais, sempre ao tom de piada e sendo verdade ou mentira (isso nunca importou para os outros), TODOS os amigos da mesa duvidavam de todas as vantagens contadas na mesa, mesmo que fossem verdadeiras .  Entretenimento – Imbecil, reconheço – mas apenas entretenimento.

Já as mulheres, sempre andando em bandos, também sempre comentavam sobre as peripécias sexuais. É verdade que não usam os termos grosseiros dos homens, mas as avaliações não deixam de ser depreciativas. Tamanho e calibre do membro, performance, velocidade no resultado final, tudo isso sempre esteve presente nas conversas femininas, mas nesse caso, sabe-se que é a opinião das mesmas e não um monte de vantagem que pode ou não ser verdade, mas que é tratada como balela por todos os interlocutores.

A meu ver, no caso das mulheres há um agravante: elas também comentam sobre seus atuais parceiros, namorados, esposos ou amantes. Enquanto os homens não. Para o homem existe uma diferença entre a transa e a mulher com quem ele tem um relacionamento. Certo ou errado, essas tem o respeito.

tubby

A institucionalização da idiotice

Não estamos falando de sexismo, estamos falando de respeito mútuo

Ao lançar o Lulu, Alexandra Chong – (aquela tia Jamaicana que eu citei no começo), diz que pensou na avaliação de tudo envolvendo o universo feminino, mas escolheu o caminho mais curto para o início e “resolveu atacar o homem”  Resolveu atacar todos aqueles serem que “objetificaram” as mulheres durante séculos e agora precisam pagar por tudo que seus antepassados fizeram, puxando as mulheres pelo cabelo para dentro da caverna.

Em tempos de internet/feminismo/ busca de igualdade com privilégios por sermos mulheres o mote foi perfeito e a adesão em massa.

A preocupação em “proteger as avaliações” com as hashtags pré definidas ela teve, porém os objetos não gostaram se transformar em objetos. Mais uma vez, o ser humano se equiparou ao seu semelhante da pior maneira possível – se igualando nos maus hábitos.

#trêspernas #pépequeno #bebesemcair #prefereovideogame são exemplos das hashtags que para as defensoras “não tem problema nenhum”.

Pronto, sucesso garantido. Barulho e todo mundo usando o app.

Minhas críticas sempre foram não pelo app em si, mas pelo anonimato, conforme previsto na constituição brasileira:

 

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

 

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

 

Eis que, aproveitando a onda, com raivinha ou simplesmente aproveitando uma oportunidade que surgiu é anunciado o lançamento do Tubby, o app similar, criado pelos homens para avaliar as mulheres. Da mesma forma que seu primo Lulu, a entrada é mandatória – conforme termos de uso do Facebook , mas o que difere são as hashtags a serem utilizadas: #engoletudo #Curtetapas (conforme imagem publicitária apresentando o suposto app) das hashtags apresentadas acima?? A sutileza diriam as defensoras, mas eu questiono? Qual sutileza? Ou vão dizer que #pepequeno não é uma alusão ao tamanho do órgão sexual masculino, ou vão dizer que #prefereovideogame  não é alusão ao não desejo sexual?

Cansei de blá blá blá,  concluindo todo esse vômito, infelizmente o que penso é que muitos homens ainda são meninos, mas muitas mulheres me decepcionaram nos últimos dias  mostrando-se apenas meninas mimadas que não sabem ouvir um não ou não aceitam ser trocadas por um videogame e não as mulheres que sempre bradaram ser.
Concorda que essa “briguinha de quinta série não agrega em nada em nossa vida? Curta o vídeo abaixo.

 

 

Ricardo Cobra
Ricardo Cobra
Pai, cozinheiro, já fui um monte de outras coisas mas acima de tudo, um curioso. Da aversão da dupla esponja e detergente nasceu o auxiliar de cozinha em uma viagem com tarefas compartilhadas. Atuando como personal chef, consultor e facilitador na Homem na Cozinha Cook Lab Ricardo Cobra mantém seu "filho mais velho" com o mesmo cuidado de 13 anos atrás.
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